Especialista responde dúvida de leitora sobre orçamento pessoal. Envie você também sua pergunta
Pergunta da leitora: “Tenho 58 anos, sou casada, tenho dois filhos e dois netos. Gostaria de saber como faço para sair do vermelho. Sou concursada e, há seis anos, sou aposentada por tempo de trabalho, mas como me aposentei cedo, tive redução de 35% do salário. Meu marido também é aposentado e estamos em uma bola de neve.
Amigos de extrema confiança dizem que temos que cortar gastos, mas onde cortar se mal conseguimos pagar todos os débitos? O que faço para não começar o ano novo com dívidas antigas de novo?”
Resposta de Marcela Kawauti*:
De fato, o exercício de cortar gastos não é fácil. O orçamento apertado faz com que a margem de manobra para redirecionar as suas despesas seja muito curta. Sendo assim, para conseguir deixar uma folga maior no seu orçamento, o primeiro passo é se organizar.
Você precisa colocar no papel, ou em uma planilha de computador, todos os seus ganhos e gastos. Essa tarefa parece trabalhosa, mas é muito importante para que você tenha uma visão geral do seu orçamento. E assim é mais fácil identificar os gastos que podem ser diminuídos. Preste especial atenção às tarifas de serviços não utilizados, como pacotes de TV a cabo, internet, telefonia ou às tarifas bancárias.
Além disso, vale ficar de olho nos chamados dos gastos invisíveis, que são aquelas pequenas despesas ao longo do mês como um café ou chocolate, que, quando somadas, podem representar uma parcela importante das suas saídas de dinheiro.
Vale também prestar atenção ao seu padrão de vida e se perguntar se ele está condizente com o seu rendimento. Isso é importante para que você não acabe sempre o mês no vermelho, levando dívidas ao mês seguinte de forma frequente e pior, sem vislumbrar o fim desse ciclo vicioso.
Se você chegar à conclusão de que o seu padrão de vida está de fato inadequado, um corte em despesas mais simples, como tarifas e gastos invisíveis, não será suficiente. Você terá que se perguntar se há possibilidade de mudar o tamanho ou a localização da sua moradia, por exemplo.
Com relação às suas dívidas, voltamos à importância da organização. Você precisa fazer o controle do orçamento já pensando no futuro. Não adianta organizar apenas os ganhos e gastos apenas para o mês corrente. Você precisa colocar na planilha também o previsto para os próximos meses para prever o que vem pela frente.
O ideal é que você faça esse planejamento para todo o período em que você pagará essa dívida. Vale, inclusive, verificar se há a possibilidade de fazer a chamada troca de dívida, quando você troca de instituição financeira credora, em troca de juros menores, ou troca o seu crédito pessoal por um consignado, com juros mais baixos.
Por fim, mesmo depois de se organizar, mantenha o hábito de colocar a sua vida financeira como prioridade. Isso certamente ajudará a não enfrentar mais essa situação no futuro.
Fonte: Exame.com
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