Desbancarizados a caminho da extinção

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Ainda ausente nos dicionários, aquilo que poderia se chamar de ‘desbancarização’ está aos poucos saindo de cena, mesmo que boa parte dos brasileiros sequer desconfie o que isto venha a ser.

Conhecendo ou não o significado de mais este neologismo, certamente quem já deixou de fechar algum negócio por não possuir ao menos uma conta bancária sofreu as consequências de ser um desbancarizado, seja lá por qual motivo.

Toda pessoa que já enviou e/ou recebeu um Pix ou teve suas informações creditícias compartilhadas por diferentes instituições, via Open Finance, já pode se considerar um agente ativo nas finanças nacionais, do alto de seu status – agora sim – de indivíduo bancarizado.

Contudo, independentemente deste tsunami que tem se abatido sobre a forma de todos nós lidarmos com o nosso ‘rico dinheirinho’ – como diria o saudoso jornalista econômico Alberto Tamer – ainda resta um contingente considerável sem um banco para chamar de seu.

Números divulgados pelo Instituto Locomotiva relativos a 2021, por exemplo, indicavam que 34 milhões de brasileiros não tinham conta em banco, ou seja, 21% da população, enquanto estudo semelhante, assinado pela Brinks e a Fundação Dom Cabral, estimava à mesma época uma fatia ainda maior, beirando os 40%.

Da mesma forma que já se usou o termo ‘descamisados’ para mostrar o quanto nosso país ainda teria espaço para investir em prol dos menos favorecidos, dados de pesquisas assim apontam para a existência de um mundo invisível, quase uma outra dimensão, a ser trabalhada por quem enxergá-lo primeiro.

Trata-se, sem dúvida, de uma veia a ser explorada por startups como as fintechs, que agora – após uma década disputando palmo a palmo mercados com os bancos – talvez se sintam dispostas a colocar na fase 2 seu ímpeto natural de chegar onde sua concorrência não ousou tentar, ou sequer se interessou em fazê-lo.

No auge da pandemia ficou mais do que evidente o poder de certos gatilhos para trazer à formalidade financeira grandes massas até então desbancarizadas, pois o recebimento do Auxílio Emergencial implica a existência de uma conta bancária para o envio dos recursos aos seus beneficiários.

Foi justamente assim, de acordo com o Banco Central, que 16,6 milhões de novos CPFs ativos entraram nos cadastros de instituições financeiras entre o início de 2020 e o final de 2021.

Muitas outras janelas ainda se abrirão para colocar no sistema bancário mais e mais adeptos, haja vista, dentre outras novidades chegando, o Pix Parcelado, cujo nascimento até meados deste ano o Ministro da Fazenda anunciou dias atrás.

Portanto, parece óbvio que as fintechs e os próprios bancos – a cada dia mais digitais -, passem a dedicar mais tempo e investimentos para trabalhar os muitos desbancarizados remanescentes no país, um mercado estimado em cerca de R$ 800 bilhões anuais.

Um montante difícil de se ignorar, sem dúvida, e que pode chegar às mãos de muitos futuros ex-desbancarizados, caso cada concessão de crédito para este perfil tomador conte com o auxílio de ferramentas de ponta, como a Inteligência Artificial, para sair dos cofres com a máxima segurança.

Fonte: Info Credi 360

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