Febraban relaciona expansão de crédito ao controle da inadimplência

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A redução estrutural da diferença entre taxas, que alavancaria a expansão do crédito, pode vir pela redução da inadimplência

O economista chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, afirmou há pouco que há espaço para crescimento da relação entre volume de crédito concedido e Produto Interno Bruto, hoje em 54%, para a casa dos 80% nos próximos anos. Ele comentou o cenário do crédito no país no 3º seminário “STF em Ação”, organizado pelo Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (IEJA), hoje no Rio de Janeiro.

Sardenberg afirmou que os obstáculos dessa expansão são o custo da intermediação financeira no país e o nível de inadimplência, que torna a atividade de concessão de crédito menos atrativa para os bancos, ao mesmo tempo em que eleva as taxas de juros praticadas.

“Poderíamos estar falando de 70%, 80%, 90% do PIB. Há espaço enorme para crescer as operações de crédito. Para isso é preciso preservar a segurança jurídica conquistada e, também, que o Brasil siga em trajetória de redução dos custos de intermediação financeira, sobretudo aqueles relacionados à inadimplência”, disse Sardenberg.

O economista apresentou uma desagregação da diferença entre taxas média experimentado pelo setor entre 2018 e 2020. Segundo a Febraban, 18,9% da diferença entre taxas é a parte do lucro dos bancos, enquanto 19,6% são tributos, 29,6% são despesas administrativas e 31,9% representam os custos da inadimplência. Somados, portanto, 81,1% são considerados custos de operação, enquanto 18,9% é margem de lucro.

Em linha com pleito antigo da Febraban, Sardenberg defendeu que a redução estrutural da diferença entre taxas, que alavancaria a expansão do crédito, pode vir pela redução da inadimplência e dos impostos sobre a atividade.

Ele diminui o peso da margem de lucro dos bancos ao alegar que, se a diferença entre taxas bancária em 2021 foi de 15,33%, apenas 2,9 ponto percentual seriam relativos a ganhos. “Se o lucro fosse zero, a diferença entre taxas ainda seria de 12,4 ponto percentual”, defendeu.

Apesar do cenário, ressaltou, Sardenberg, o país vem em trajetória de expansão ‘notável’ do crédito desde os anos 1990, que inaugurou taxas de inflação mais baixas no pós-plano real, além da alienação fiduciária e a nova lei de falências. Nesse período, lembrou, a relação crédito x PIB era de 20%.

O economista assinalou, ainda, que o avanço recente foi reflexo da diminuição da participação dos bancos públicos na concessão de crédito, que permitiu crescimento da participação de bancos privados e incremento no mercado de capitais.

Até meados de 2017, mostrou Sardenberg, a razão entre o estoque de títulos domésticos no mercado de capital brasileiro e o PIB era de 6,7% e, em quatro anos, quase dobrou, para os 12,2% verificados em 2021.

Fonte: Valor Investe

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